Beber água em excesso pode ser prejudicial a corredores de maratonas

Pesquisa realizada por alunos da Faculdade Estácio verificou as estratégias de hidratação dos participantes de provas de longa duração. Resultados mostraram que muitos desconhecem a quantidade suficiente de líquido que pode ser ingerida

Participar de uma prova de atletismo de longa duração requer um bom preparo físico do corredor e também uma hidratação adequada. Com isso, é possível melhorar o desempenho metabólico, o rendimento esportivo e reduzir riscos à saúde. No entanto, a ingestão excessiva de líquidos pode causar sérios problemas. Esse fato é desconhecido por muitos corredores de maratonas, conforme mostrou uma pesquisa realizada por alunos de Educação Física da Faculdade Estácio.

Segundo o professor orientador da pesquisa, Dr. Nuno Manuel Frade de Sousa, o esforço físico realizado sob condições de ingestão hídrica inadequada pode promover alterações orgânicas e funcionais, levando a consequências indesejáveis como fadiga, desidratação e queda no desempenho do atleta durante a prática esportiva, aumentando os riscos à saúde.

Para conhecer melhor as estratégias de hidratação e ingestão de líquidos antes, durante e após as provas, e verificar se elas estão de acordo com a recomendações médicas, um grupo de dez alunos do Grupo de Pesquisa do Laboratório de Fisiologia do Exercício, sob orientação do professor, aplicou um questionário com 100 corredores da II Maratona do Espírito Santo e 50 corredores da Maratona de Curitiba, ambas realizadas no ano passado. O questionário foi baseado em um trabalho semelhante realizado na Maratona de Londres, pela faculdade de Queen Mary, da Universidade de Londres.

A pesquisa buscou, ainda, analisar o que influencia as estratégias de hidratação e seus conhecimentos de causa e efeito da hiponatremia. Nuno explica que a hiponatremia é a redução da concentração de sódio para índices abaixo dos normais, devido ao excesso de água. Os sintomas desse transtorno metabólico podem variar desde leves dores de cabeça a confusão mental, mal-estar, náuseas e câimbras até graves convulsões, coma, edema pulmonar, parada cardíaca e morte.

Os resultados mostraram a falta de compreensão dos corredores sobre a ingestão adequada e os riscos dela provenientes. Dentre os participantes que responderam ao questionário, 4% (no ES) e 10% (em Curitiba) planejavam ingerir um volume de fluido que poderia colocá-lo em risco de desenvolver a hiponatremia.

“Percebemos que as revistas de corrida e os amigos eram as principais fontes de informação da maioria dos voluntários. O desafio para os profissionais da área de ciências do esporte é se empenhar mais para incentivar a maior divulgação dessas informações, o que só pode ser alcançado através de uma orientação mais eficaz durante os treinamentos”, afirma Nuno. Para ele, uma forma de difundir melhor essas informações é através dos grupos de corrida, dos quais a maioria dos corredores faz parte, mas acabam focando mais nos treinos em si, do que na hidratação.

O trabalho realizado pela Faculdade Estácio foi apresentado este ano no 21º Congresso Anual do Colégio Europeu de Ciências do Esporte, realizado em julho, em Viena, na Áustria. O resumo concorreu ao prêmio GSSI Nutrition Award, oferecido pela Gatorade Sports Institute durante o congresso para os melhores resumos na área da nutrição.

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