Campanha reforça importância do diagnóstico precoce da doença, que tem como principais fatores de risco o consumo de álcool e fumo, além da infecção por HPV

O mês de julho é dedicado à prevenção e combate ao câncer de cabeça e pescoço, tumor que se desenvolve em áreas como boca, laringe, faringe e esôfago e que, em 2018, deve atingir cerca de 41 mil pessoas. Apesar de a campanha ser ainda pouco conhecida pela maioria da população, o Julho Verde traz um alerta importante: na maioria dos casos, esse tipo de câncer poderia ser evitado, uma vez que os principais fatores de risco da doença são o tabagismo, o consumo de álcool e a infecção causada pelo papilomavírus humano – conhecido como HPV, doença sexualmente transmissível.

A infecção pelo papilomavírus (HPV) tem contribuído, nos últimos anos, com o aumento na incidência dos tumores de cabeça e pescoço, especificamente na região de orofaringe, área que compreende a base da língua, céu da boca, amídalas e a faringe. Também vem crescendo a incidência dessa doença entre pessoas mais jovens, com até 40 anos de idade. A infecção pelo HPV possui alta associação com esse cenário precoce, em conjunto com o tabagismo e o etilismo.

De acordo com Juliana Alvarenga, oncologista clínica do Centro Capixaba de Oncologia (Cecon), unidade capixaba do Grupo Oncoclínicas, tem aumentado o número de casos em pacientes mais jovens que nunca fumaram ou beberam. São situações em que a doença está relacionada à infecção pelo vírus HPV.

“Uma das formas de contágio por essa infecção é por meio da prática do sexo oral e em pessoas com múltiplos parceiros sexuais. A principal recomendação para evitar a doença é o uso da camisinha”, destaca a médica do Cecon. O vírus HPV atinge de forma massiva a população feminina. Cerca de 75% das brasileiras sexualmente ativas terão contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus ocorre na faixa dos 25 anos. No entanto, o câncer de cabeça e pescoço afeta de duas a três vezes mais homens do que mulheres, mesmo quando relacionado ao HPV.

Primeiros sinais

Os primeiros sinais do tumor orofaríngeo podem surgir por meio de feridas que não cicatrizam na boca nos primeiros 15 dias, além do aparecimento de nódulos no pescoço. O paciente pode se queixar também de dor para mastigar ou engolir. Esses fatores, ligados ao aparecimento de pequenas verrugas na garganta ou na boca, podem indicar um possível diagnóstico com associação ao HPV.

Outros sintomas podem estar relacionados à rouquidão persistente, manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca e bochecha, bem como lesões na cavidade oral ou nos lábios e dificuldade na fala.  “Ao primeiro sinal desses sintomas, é importante procurar o atendimento médico e não esperar o tumor crescer”, ressalta a médica.

É unanimidade entre especialistas que conhecer os fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço ajuda na prevenção mais eficaz. A associação frequente entre consumo de álcool e cigarro pode aumentar em até 20 vezes o risco de desenvolver a doença. Tabaco, ingestão de bebida alcoólica e infecção por HPV são as principais ameaças, mas não são as únicas. Há, também, a predisposição genética e tratamento prévio com radioterapia.

Apesar da agressividade desse tipo de tumor, a cura é um quadro real, desde que o diagnóstico seja precoce, com a doença pequena e localizada. O tratamento pode ser por meio de cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo da localização e do tamanho do tumor. 

“Quando diagnosticadas na fase inicial, as lesões são tratadas de forma mais acessível. Por outro lado, o tratamento cirúrgico em fase mais avançada pode ser mutilador, devido à localização dos tumores. A escolha do tratamento deve ser feita por uma equipe de médicos especialistas, para definir a melhor opção e minimizar sequelas”, recomenda a oncologista.    

A ação do Julho Verde faz alusão ao Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado no dia 27 de julho.

Sobre o Grupo Oncoclínicas Fundado em 2010, é o maior grupo especializado no tratamento do câncer na América Latina. Possui atuação em oncologia, radioterapia e hematologia em 11 estados brasileiros. Atualmente, conta com mais de 60 unidades entre clínicas e parcerias hospitalares, que oferecem tratamento individualizado, baseado em atualização científica, e com foco na segurança e o conforto do paciente.   Seu corpo clínico é composto por mais de 450 médicos, além das equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pelo cuidado integral dos pacientes. O Grupo Oncoclínicas conta ainda com parceira exclusiva no Brasil com o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento do câncer no mundo, afiliado a Harvard Medical School, em Boston, EUA.   Para obter mais informações, visite www.grupooncoclinicas.com.