O Hospital Evangélico de Vila Velha, instituição que mais realizou transplantes pelo SUS no Estado em 2019, fez 43 transplantes renais

O sentimento de esperança é comum entre aqueles que aguardam na fila por um transplante de órgão. No Espírito Santo, 1200 pessoas vivem essa realidade de espera por um gesto de solidariedade que resulte na doação de órgãos, segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

De acordo com o Ministério da Saúde, o Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV) contribuiu para reduzir a fila, pois foi apontada como a instituição que mais realizou transplantes via Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado em 2019. Ao todo, o hospital realizou 138 transplantes: 84 de córnea, 43 de rim, seis de escleras (parte branca do olho) e cinco procedimentos de enxertos ósseos.

Apesar disso, os números ainda preocupam: 981 pessoas, o que representa quase 82% do total que aguarda por transplante no Espírito Santo, permanecem na fila à espera de um rim. A nefrologista do HEVV, Dra. Luciana Assis, destaca que as doenças renais exigem tratamento delicado. “Os pacientes precisam aderir a uma dieta bem restrita e difícil de ser seguida. Alguns ainda fazem parte do programa de hemodiálise do HEVV e devem ir ao serviço de Nefrologia três vezes por semana, onde ficam ao longo de quatro horas enquanto a máquina faz o trabalho dos rins que não funcionam mais”, conta.

Segundo a médica, a hipertensão arterial e o diabetes Mellitus são as principais doenças que levam à insuficiência renal crônica e, consequentemente, à necessidade de um transplante. Outras doenças, como infecções urinárias de repetição, calculose renal, nefrites e malformações do aparelho urinário também podem desencadear um quadro renal.

O transplante

A especialista explica que o transplante de rim proporciona melhor qualidade de vida aos pacientes. “A diálise, por melhor e mais moderna que seja, não substitui plenamente o rim. Apenas o rim transplantado é capaz de fazer isso. Aquelas pessoas que se submeteram a um transplante renal com êxito podem ter uma dieta mais próxima do normal e ingerir líquidos de forma mais liberal”, afirma Dra. Luciana Assis.

A doação pode ser feita em vida por qualquer pessoa adulta que esteja com os exames em dia e em perfeito estado de saúde, com função renal normal e que não apresente, durante minuciosa avaliação médica, evidências de risco de doença renal ou de outros órgãos vitais.

Na opinião da médica, a falta de informação e também de divulgação do assunto prejudica a adesão de doadores. Ela esclarece: “Para quem tem interesse em realizar a doação em vida, reforço que é possível viver com apenas um rim. Isso é perfeitamente compatível com uma vida normal. Já nas situações em que o indivíduo faleceu – pacientes que vão a óbito em quadro de morte encefálica –, a doação só é possível mediante autorização familiar. Por isso é fundamental que o desejo de ser doador seja manifestado aos familiares em vida”.

Sobre o Hospital Evangélico

Fundado em 1972, a história do Hospital Evangélico de Vila Velha começa anos antes, em 1956, quando começou a ser idealizado pelas igrejas Batista, Cristã Evangélica Casa de Oração, Evangélica de Confissão Luterana, Metodista, Presbiteriana do Brasil e Presbiteriana Unida, que compõem a Aebes. A unidade conta com uma equipe multidisciplinar e é referência em urgência e emergência cardiovascular e habilitado em média e alta complexidades nas especialidades: Cardiovascular, Neurocirurgia, Bariátrica, Oftalmologia, Oncologia e transplantes de rim, córnea, coração, ossos e tecidos. O Hospital Evangélico de Vila Velha é o único hospital filantrópico capixaba que conquistou a classificação máxima em gestão hospitalar: a certificação de excelência ONA nível 3, além da ISO 9001:2015.