Especialista comenta o impacto do câncer de mama na vida das pacientes

Outubro é o mês de prevenção ao câncer de mama, o segundo mais comum entre mulheres no Brasil. O diagnóstico de um câncer de mama pode influenciar em diferentes aspectos na vida da mulher, entre eles, a vida sexual e a fertilidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde , vida sexual é essencial ao bem-estar do paciente oncológico e existe até um termo específico para isso: oncosexualidade. A relação entre a fertilidade e o câncer também preocupa pacientes. Com diagnóstico em mulheres cada vez mais jovens, que ainda sonham em ser mãe, surgem questionamentos se é possível engravidar mesmo depois do tratamento, quando tempo após o câncer é possível engravidar e se é possível passar pela gravidez de forma segura ao receber um diagnóstico.

Segundo a oncologista clínica Virgínia Sessa, que integra o corpo clínico do Cecon/Oncoclínicas, infelizmente o tratamento oncológico pode trazer consequências irreversíveis para a fertilidade. Para pacientes mais jovens, que ainda desejam ter filhos, é preciso levar esse desejo em consideração durante o tratamento. “Hoje já existem várias terapias de criopreservação de óvulo ou de embrião e é possível fazer isso de forma segura antes do início do tratamento para preservar a fertilidade da paciente”, explica.

Em alguns casos, as mulheres recebem o diagnóstico do câncer de mama durante a gravidez. Nessas situações, é um desafio para mãe e o bebê, mas é possível sim ter uma gravidez segura. O tratamento oncológico deve ser iniciado o mais breve possível depois de diagnosticado o câncer e o prognóstico dependerá da idade gestacional da paciente e do momento da gravidez.

“Já temos alguns estudos mostrando segurança com alguns quimioterápicos utilizados no tratamento. A depender da idade gestacional da paciente, alguns tratamentos são contraindicados, como as quimioterapias no primeiro trimestre de gestação. No segundo e terceiro trimestre, já é mais seguro realizar a quimioterapia. Já a radioterapia jamais deve ser realizada durante a gestação, independentemente da idade gestacional, pelo alto risco de teratogenicidade”, explica a oncologista.

Após o parto, os possíveis riscos do tratamento quimioterápico para o bebê estão associados principalmente a má formação congênita, por isso a quimioterapia é contraindicada no primeiro trimestre da geração. “Geralmente no primeiro trimestre o tratamento indicado é a cirurgia da mama, para evitar a exposição do bebê a quimioterapia, já que nessa fase ela pode interferir na organogênese causando má formações fetais. Pode ser realizada a mastectomia ou quadrantectomia, que é a cirurgia conservadora da mama. Mas como as pacientes que são submetidas à cirurgia conservadora necessitam de radioterapia, e ela é totalmente contraindicada em qualquer fase da gestação, muitas vezes a mastectomia é a preferência já que a paciente não vai poder fazer a radioterapia e ainda tem os nove meses de gestação pela frente”, diz a oncologista.

Sexualidade

Já a sexualidade durante o tratamento do câncer de mama é ainda um tabu para muitas mulheres. O tratamento do câncer pode causar uma deprivação hormonal, o que pode, invariavelmente, causar perda de libido e bem-estar. No caso do câncer de mama, o impacto pode ser ainda maior, já que os procedimentos podem interferir na autoestima da paciente, além de resultar na perda da sensibilidade na região.

“Com pacientes cada vez mais jovens, o tratamento tem que buscar também preservar a sexualidade da mulher. A quimioterapia muitas vezes pode induzir a menopausa, mesmo em pacientes mais novas, na casa dos 30 anos. Outras consequências são o ressecamento da pele, que interfere na lubrificação da mulher. Para isso, existem formas de solucionar o problema, como laser na genital feminina que resulta no rejuvenescimento da mucosa vaginal, recuperando sua elasticidade, espessura e umidade. Além disso, o estímulo a criatividade do casal é muito importante neste momento”, destaca Virgínia Sessa.

Sobre o Grupo Oncoclínicas

Fundado em 2010, o grupo possui atuação em oncologia, radioterapia e hematologia em 11 estados brasileiros. Atualmente, conta com 68 unidades entre clínicas e parcerias hospitalares, que oferecem tratamento individualizado, baseado em atualização científica, e com foco na segurança e o conforto do paciente. Para obter mais informações, visite www.grupooncoclinicas.com.

Tags: