A discussão também abordou a busca de soluções como o uso de energias alternativas e outras que minimizem o impacto sobre o planeta e as pessoas, mas sem perder de vista os aspectos social e de governança

 

A Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP 28), que termina nesta terça-feira (12), nos Emirados Árabes, reuniu representantes do mundo na discussão de propostas que têm o ESG no foco das argumentações. O desafio, segundo observa Luana Romero, diretora-executiva do Ideias, é levar as discussões para a prática, principalmente considerando que o ESG cada vez mais deixa de ser diferencial para se tornar essencial e normal.

 

“Nós, do Ideias, acompanhamos de perto essa tendência, ao atuar na proposição e execução de soluções para empresas que tenham conflitos relacionados à área socioambiental. As discussões na COP 28 enfocam principalmente as questões ambientais, incluindo o aquecimento global e a busca de soluções como o uso de energias alternativas e outras que minimizem o impacto sobre o planeta e as pessoas, mas sem perder de vista os aspectos social e de governança”, observa ela.

 

Na última quinta-feira (7), a diretora-executiva do Ideias participou do ESG Day, seminário sobre governança ambiental, social e corporativa, que aconteceu no Centro de Educação Física da Ufes, em Vitória, onde abordou algumas dessas questões. Ela falou, por exemplo, da crescente normatização e regulação das práticas de ESG, o que também abre espaço para a litigância e punições associadas ao tema.

 

Luana Romero destaca a evolução do conceito do que agora chamamos de ESG nas empresas, mas que no passado já foi uma espécie de “filantropia corporativa”. Ela salienta que houve evolução na área e o tema continua a evoluir, até que se torne algo normal na estrutura das empresas. “Até porque, os consumidores da geração mais jovem são exigentes em relação à origem sustentável daquilo que consomem. Os novos hábitos de consumo requerem adaptação por parte das empresas”, completa.

 

Voltando à relação do assunto com a COP 28, Luana Romero reforça que, além de estabelecerem metas para redução de emissões de gases que potencializam o efeito estufa e outras proposições voltadas à sustentabilidade do planeta, os participantes da conferência precisam definir ações mais concretas para que se chegue aos resultados pretendidos. Um exemplo mencionado por ela é o Acordo de Paris, que propõe limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5°C até 2050. Meta estabelecida, o que as nações têm feito para isso?

 

Assim é também em relação à COP 28: o mundo precisa de mais ação e menos proposição, segundo avalia a diretora-executiva do Ideias, enfatizando que o ESG, cada vez mais, está no centro do debate e precisa ser incorporado à rotina com normalidade, e não como algo diferencial. Disso depende a sustentabilidade do planeta.

 

O que é ESG?

ESG é uma sigla que representa três pilares essenciais para as práticas empresariais e de investimento: Ambiental (Environmental), Social e de Governança (Governance).

  • Ambiental refere-se a práticas e políticas relacionadas à sustentabilidade, mudanças climáticas, eficiência energética, conservação de recursos naturais, entre outros.
  • Social envolve aspectos de responsabilidade social corporativa, incluindo diversidade, equidade, direitos humanos, relações com funcionários, comunidades locais e engajamento social.
  • Governança trata da estrutura e conduta das empresas, como transparência, ética nos negócios, estrutura de liderança, gestão de riscos e práticas de compliance.

O conceito ESG tem ganhado destaque como um conjunto de critérios usados pelos investidores para avaliar o desempenho de uma empresa em áreas além das puramente financeiras, levando em consideração seu impacto ambiental, social e práticas de governança.