O mês de conscientização busca não apenas informar sobre a importância da vacinação, mas também enfatizar a necessidade de exames preventivos regulares e hábitos saudáveis que possam reduzir os riscos associados a essa doença

 

Logo atrás dos casos de câncer de mama e colorretal, o câncer do colo do útero figura como um dos mais prevalentes entre as mulheres. Para cada ano do triênio 2023-2025, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta mais de 17 mil novos casos dessa neoplasia no Brasil. No Espírito Santo, para o mesmo período, o INCA prevê 260 novos casos.

De acordo com Carolina Conopca, oncologista da Oncoclínicas Espírito Santo, unidade Medquimheo, o Papilomavírus Humano (HPV) desempenha um papel crucial no desenvolvimento desse câncer. “O HPV é um fator de risco significativo para o câncer do colo do útero. É uma infecção sexualmente transmissível que pode causar desde sintomas leves até a formação de tumores malignos.”

A especialista ressalta a importância da vacinação contra o HPV, especialmente em crianças e adolescentes. “A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenir a infecção pelo HPV e, consequentemente, reduzir o risco de desenvolvimento do câncer de colo do útero. Recomenda-se a vacinação de meninos e meninas entre 9 e 14 anos para uma proteção mais abrangente. Na rede privada, pode-se tomar a vacina até os 45 anos, mesmo para pessoas que tenham sido expostas ao vírus ou que já tenham apresentado alguma lesão causada pelo HPV”, acrescenta Conopca.

A vacina nonavalente, introduzida no Brasil no ano passado, abrange nove subtipos do HPV, fornecendo uma proteção superior a 90% contra os tumores relacionados a esse vírus, tais como os que afetam o colo do útero, canal anal, orofaringe, vulva, pênis e vagina. Por outro lado, a vacina quadrivalente (HPV4), disponibilizada na rede pública, oferece cobertura contra quatro subtipos de HPV.

O janeiro verde, mês de conscientização sobre o câncer de colo do útero, busca não apenas informar sobre a importância da vacinação, mas também enfatizar a necessidade de exames preventivos regulares e hábitos saudáveis que possam reduzir os riscos associados a essa doença. “É um momento para promover a educação e o acesso aos cuidados de saúde necessários para a prevenção e detecção precoce do câncer do colo do útero”, ressalta a oncologista.

O câncer do colo do útero, também conhecido como câncer cervical, tem seu pico de incidência em mulheres a partir dos 50 anos, mas pode afetar também jovens entre 20 e 30 anos. Sua causa está relacionada à infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano (HPV). Fatores de risco como múltiplos parceiros sexuais, falta de uso de preservativos (tanto femininos quanto masculinos) e tabagismo também contribuem para o desenvolvimento dessa neoplasia.

O método principal de rastreamento para o câncer do colo do útero é o exame citopatológico, popularmente conhecido como teste de Papanicolau. Esse exame deve ser realizado anualmente até os 65 anos de idade, durante consultas ginecológicas periódicas.

Tratamentos

Dentre os tratamentos possíveis para o câncer do colo do útero estão cirurgia, quimioterapia, radioterapia, braquiterapia e imunoterapia, variando de acordo com o estágio da doença.

“Observamos resultados promissores com a combinação de quimioterapia e imunoterapia em tumores metastáticos, com redução de 40% no risco de morte, aumento na taxa de resposta ao tratamento e melhoria na qualidade de vida”, finaliza Conopca.