No Dia do Psicólogo, especialistas destacam como o
apoio psicológico fortalece o desempenho acadêmico e as relações na comunidade
escolar
No
dia 27 de agosto é celebrado o Dia do Psicólogo, uma data que nos faz notar uma
das profissões mais importantes para a saúde do ser humano, um ofício cada vez
mais presente em diferentes áreas da sociedade, principalmente na educação.
Conforme vamos acompanhando o avanço das tecnologias e as novas tendências
sociais, o papel do profissional de psicologia dentro das escolas vai ganhando
ainda mais protagonismo na vida moderna.
Para
o professor Rafael Valêncio, coordenador do curso de Psicologia da Estácio em
Vila Velha, a presença do psicólogo no ambiente escolar é fundamental para que
a aprendizagem seja conectada à vida real dos alunos.
“A
psicologia na escola vai muito além do diagnóstico. Ela ajuda a compreender as
dificuldades de aprendizagem, mas também considera o contexto social, as
relações familiares e o modo como o estudante vive e percebe o mundo.
Aprendemos aquilo que faz sentido em nossas vidas, e é nesse ponto que a
psicologia contribui para dar significado ao processo educativo”, explica.
O
especialista usa o termo “dimensão” para nos fazer compreender que o trabalho
não se limita a um único aspecto, e que envolve várias camadas que se
inter-relacionam. “Geralmente a gente vê a psicologia com aquela dimensão
clínica de diagnóstico, mas não é só isso. Existe sim a dimensão psicológica,
mas tem a dimensão psíquica entrando na análise de como é a vida daquele
estudante, como essa pessoa vive e pensa o mundo, etc. Não podemos
descaracterizar ou desvincular essa camada de uma dimensão social também. Qual
é contexto de vida do estudante? A qual família pertence? Quais relações
sociais ele estabelece dentro e fora da escola? Somos todos indivíduos sociais.
Temos nossas individualidades, afetos, sentimentos e o modo como cada um pensa,
sente, age e transforma o mundo”, elucida Rafael Valêncio.
Segundo
ele, entre os principais desafios da área estão a banalização de diagnósticos
sem função pedagógica, a visão restrita da escola como espaço apenas de
conteúdos e a necessidade de alinhar práticas às novas tecnologias. “Precisamos
pensar no tempo de tela, nas inteligências artificiais e no impacto dessas
mudanças no desenvolvimento de crianças e adolescentes. A escola é espaço de
formação de pessoas, e a psicologia é parceira nesse processo”.
No
curso de Psicologia da Estácio, os estudantes são preparados para lidar com
diferentes realidades e desafios do ambiente educacional, como bullying,
ansiedade e transtornos de aprendizagem. “A formação inclui tanto técnicas de
diagnóstico quanto práticas clínicas e de intervenção, sempre considerando a
diversidade cultural, social e comunitária em que a unidade está inserida”, explica
Rafael.
O papel do cuidado emocional nas escolas
A
pedagoga e psicopedagoga Patrícia Esquerdo, coordenadora de Atendimento
Educacional Especializado (AEE) no Centro Educacional Primeiro Mundo, em
Vitória e Vila Velha, destaca que, mesmo quando não há psicólogos atuando
diretamente nas instituições, o cuidado emocional deve ser prioridade de toda a
comunidade escolar.
“A
escola deve ser um espaço de acolhimento e o desenvolvimento emocional precisa
andar lado a lado com o aprendizado acadêmico. Fortalecer-se emocionalmente é
um compromisso de todos nós com uma educação mais humana, sensível e
consciente”, afirma.
Ela
ressalta que práticas inclusivas, diálogo com as famílias e adaptações
pedagógicas bem planejadas trazem resultados concretos para a saúde mental e
para o desempenho dos alunos. “Quando o aluno se sente parte do processo de
ensino-aprendizagem, o engajamento cresce e o desenvolvimento integral é
favorecido. Esse sentimento de pertencimento é essencial para o sucesso
escolar”, conclui.