Pejotização, desejo por autonomia e formação prática explicam o crescimento de iniciativas empreendedoras entre jovens
Com o avanço do fenômeno conhecido como pejotização — quando um trabalhador formaliza um CNPJ para prestar serviços como empresas —, o Brasil tem registrado um aumento significativo de microempresas. Esse movimento pode estar relacionado ao crescente interesse da população pelo empreendedorismo, onde 67% das pessoas já possuem ou pensam em abrir um negócio próprio visando vantagens como a necessidade de ter o controle do próprio tempo, não possuir chefias, a possibilidade de delegar certas funções, entre outras.
Stephanie Kalynka, líder nacional da área de negócios da Estácio, comenta que a flexibilidade é outra característica essencial. “O empreendedor precisa ser capaz de avaliar as possibilidades e ajustar o curso para chegar aonde deseja, minimizando riscos e incertezas. Além disso, criatividade, trabalho em equipe e networking são habilidades indispensáveis”, explica.
O interesse não é exclusivo aos jovens em geral, mas certamente eles representam uma grande parte da estatística. Com o objetivo de apoiar universitários que desejam empreender, instituições de ensino superior têm investido em programas que ajudam a transformar ideias em projetos de impacto. Um exemplo é o Startup Experience, iniciativa da Estácio que oferece mentorias, desenvolvimento de projetos e capacitação para apresentação em pitch final. Os vencedores do programa recebem prêmios em dinheiro e têm seus projetos incubados em hubs de grandes organizações, aumentando significativamente as chances de sucesso.
“O pensamento analítico, a capacidade de resistir e aprender continuadamente são fatores importantes frente às constantes adversidades. Por isso, programas de desenvolvimento contribuem para uma abordagem prática e imersiva, desvendando as etapas essenciais do empreendedorismo, desde a ideação até a apresentação para hubs de inovação”, complementa Stephanie Kalynka.
De universitária a empreendedora
Para Jackeline Menezes, estudante do curso de Gestão de Mídias Sociais e participante da edição de 2024, o programa é uma oportunidade única para criar de soluções inovadoras com foco em áreas como saúde, educação, sustentabilidade, indústria criativa e impacto socioambiental.
“Eu participei do programa na vertical educação, onde tive a oportunidade de desenvolver a startup TechEducativo.Com, que tem o objetivo de ser uma tutoria tecnológica para professores. Muitos professores me ajudaram a chegar até aqui e, por isso, eu queria contribuir para que muitos educadores pudessem ter a oportunidade de experimentar diferentes formas de aprendizagem nesta era revolucionária da Inteligência Artificial”, relata.
O Ibmec Hubs é outro exemplo de programa que oferece um ambiente colaborativo de inovação voltado ao fortalecimento do empreendedorismo. O espaço conta com uma infraestrutura moderna, coworking, mentorias com profissionais do mercado, palestras, minicursos, workshops e desafios promovidos pelo próprio Hubs e em empresas parceiras.
“Milhares de brasileiros desejam empreender nos próximos anos e os números já mostram que dois em cada três brasileiros estão empreendendo ou pensando em empreender, sobretudo os jovens. Esse jovem enxerga algo que está lá na frente, com clareza em sua visão de futuro sobre onde quer chegar, então ele se antecipa às oportunidades que lhes são proporcionadas”, argumenta Lucimar Dantas, head do Hub do Ibmec RJ.