Levantamento realizado pelo Sebrae em parceria com o IBGE mostra reação econômica dos pequenos negócios no Estado

 

Influenciados pelos bons índices da economia brasileira no primeiro semestre de 2023, mais pequenos negócios localizados no Espírito Santo estão conseguindo aumentar o faturamento este ano. É o que aponta a mais recente pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Segundo a pesquisa, em julho deste ano, 36% das micro e pequenas empresas consultadas registraram aumento no faturamento em comparação com o mesmo mês em 2022. O número se revela positivo quando comparado com as edições de janeiro e abril do levantamento, em que os índices foram de 22% e 28%, respectivamente.

 

Na outra ponta, 37% dos pequenos negócios experimentaram uma queda nas receitas em julho, enquanto para 20% o faturamento se manteve estável em relação ao mesmo período do ano anterior.

 

“O Espírito Santo é um dos estados brasileiros que mais oferecem oportunidades para os pequenos negócios. Com a recuperação gradativa da economia, há uma perspectiva otimista de mais investimentos e geração de empregos”, avalia Pedro Rigo, superintendente do Sebrae/ES.

 

De acordo com os últimos dados do Sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estado capixaba lidera o saldo de empregos de micro e pequenas empresas no Sudeste no acumulado de janeiro a julho. Foram 18.852 novos postos de trabalho. A cada mil empregados, esse saldo equivale a 46,94. O número do Estado é superior à média nacional (43,11) e da região Sudeste (40,03).

 

Custos represados

 

De acordo com a pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, a maioria das micro e pequenas empresas decidiu não repassar o aumento dos custos operacionais aos consumidores no Espírito Santo. Em julho, 64% dos empreendedores perceberam um aumento nos custos num período de 30 dias. Desse total, 54% optaram por não repassar a diferença para os clientes e 30% repassaram apenas parcialmente.

 

Na edição de abril da pesquisa, a proporção de pequenos negócios que reportaram aumento nos custos foi de 79%. Naquela ocasião, 46% deles abstiveram-se de repassar os valores aos clientes e 43% fizeram repasses parciais.

 

Menos endividados

 

O levantamento também avaliou a situação dos empréstimos adquiridos pelos empreendedores. No Espírito Santo, 38% dos pequenos negócios estão com os débitos em dia, 23% têm dívidas em atraso e 39% não possuem empréstimos a quitar.

 

Em janeiro, a análise mostrava que 32% dos entrevistados estavam em dia com os pagamentos, enquanto a inadimplência atingia 24%. Na ocasião, 44% dos empreendedores afirmaram não ter empréstimos pendentes.

 

Desafios do setor

 

Quando questionados sobre as principais dificuldades para manter o pequeno negócio, os empreendedores capixabas apontaram o aumento dos custos (37%) e a falta de clientes (33%) como fatores preocupantes. Segundo a pesquisa, 51% dos empreendedores ouvidos relataram ter dificuldades para manter o negócio.